Vergonha Alheia

Manifestante ferido em confronto com no Paraná.

Por Juh Palmeira 

"Cronistas Suburbanos" é um  blog que fala sobre cultura na zona oeste, o lado B do movimento cultural do Rio de Janeiro, a cada semana postamos matérias sobre o comportamento e cultura da região, inclusive hoje eu deveria escrever sobre o show da Anita, o seu “show das poderosinhas”, que por várias semanas, vem sendo atração de algumas casas de show da redondeza, porém hoje mudei o foco, e venho falar da maior vergonha alheia da semana, a repressão policial na manifestação dos professores do Paraná, fiquei perplexa com o esse acontecimento, não basta ser uma categoria que sofre há muito tempo em salas de aula do país com a desvalorização do profissional, e agora apanha nas ruas, como bandidos. Sobre a cantora carioca, tenho muito para falar, mas isso pode esperar para a próxima semana.

Na última quarta-feira (29), as ruas que circulam o Palácio Iguaçu, sede do executivo, e a Assembléia Legislativa do Paraná, se transformaram em cenário de guerra, quando mais de 2 mil policiais militares que cercavam os prédios reagiram as manifestações dos professores. Por determinação da justiça, a pedido do governador Beto Richa (PSDB), os professores foram proibidos de acompanhar a votação do projeto de lei que muda o custeio do Fundo Previdenciário do Estado, por isso, impedidos de entrar no Plenário e acompanhar a votação, e ocupavam as ruas desde segunda feira.

Os militares lançaram bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos d’água contra os manifestantes. Mais de 200 pessoas ficaram feridas, sendo que 8 em estado grave, uma sala da prefeitura foi improvisada na sede da Prefeitura de Curitiba para atender emergência, entre os feridos, há quatro jornalistas, inclusive um cinegrafista da Band foi atacado por cão da raça pitbull da Polícia Militar.

Professores protestavam contra a aprovação do projeto, de autoria de Richa, que muda a forma de custear a ParanáPrevidência, o regime próprio da Previdência Social dos Servidores do Paranaenses, os servidores alegam que a mudança comprometeria a saúde financeira da ParanáPrevidência, ou seja, faria que com o tempo, a instituição tivesse mais a pagar do que a receber.

Houve uma grande repercussão no país, a OAB do Paraná lançou uma nota repudiando a ação policial, classificando o episódio como um “verdadeiro massacre”. O procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, determinou a instauração de procedimento destinado a apurar responsabilidades por "eventual excesso" na repressão das manifestações desta quarta-feira. O MP-PR já havia expedido recomendação ao Governo do Estado, à Secretaria de Segurança Pública e ao Comando-Geral da Polícia Militar no sentido de que a intervenção policial se limitasse a garantir a segurança dos manifestantes, excetuada a contenção de eventuais infrações penais. 

O governador sustenta que o projeto na previdência não foi entendido da forma correta pelos manifestantes, Beto Richa defendeu a PM e chamou o ocorrido de “ação de defesa” da Polícia Militar, culpou os manifestantes e supostos blacks blocs.

O sindicato dos servidores do Estado do Paraná repudiou o ocorrido, e afirmou que a data será lembrada para se lamentar do abuso de autoridade de um estado que ultrapassou o limite da civilidade, moralidade e humanidade.

Uma categoria profissional que deveria ser mais respeitada, ouvida e valoriza, mas ao contrário, que já vem sofrendo violência de alunos insatisfeitos com notas baixas, apanha de pais que transfere a educação dos seus filhos para a escola e agora para completar, apanha nas ruas de policiais, não é dessa forma que a sociedade deseja tratar seus educadores, até porque gás lacrimogêneo não vai calar pessoas conscientes, o que cala essas pessoas, é a degradação da educação, isto senhores políticos, vocês podem ficar tranquilos, pois vocês estão fazendo muito bem essa lição.